Os Isquiotibiais são um grupo de músculos localizados na parte posterior da coxa com papel fundamental para a realização do deslocamento para frente. Esses músculos são responsáveis pelo movimento de extensão do quadril e, principalmente, flexão do joelho.
Os isquiotibiais são mais exigidos por atletas que utilizam predominantemente os membros inferiores para execução de suas modalidades, como corredores e jogadores de futebol, por exemplo. E por consequência disso as lesões de isquiotibiais são mais comuns nos atletas, sendo que 37% dessa lesão é correlacionada com o futebol, o esporte mais popular do mundo.
As lesões nos músculos isquiotibiais são causadas por estiramentos nos músculos posteriores e, neste artigo, iremos mostrar quais fatores levam uma pessoa a este tipo de lesão e como os pacientes podem ser recuperados.
Ou melhor: como é possível antecipar e prevenir lesões nos músculos do posterior da coxa. Quer saber mais? Então leia este artigo até o final.
Os isquiotibiais são formados pelos músculos semitendíneo (ST), semimembranoso (SM) e pelo bíceps femoral (BF).
Estes três músculos se originam no ísquio como um tendão comum, passam pelas articulações do quadril e joelho, são denominados de biarticulares e possuem sua inserção na tíbia. (ERMUND e VIEIRA, 2017).
Em um estudo anatômico sobre isquiotibiais, Van der Made e colaboradores descreveram que a tuberosidade isquiática – região onde os três músculos se originam – é dividida em duas regiões: a superior e a inferior.
Desta forma, esses músculos estão diretamente relacionados aos movimentos cíclicos como a caminhada, corrida e esportes coletivos. E por esses grupos de pessoas estarem sempre em movimento, as chances de se lesionarem são maiores.
As lesões podem ser diretas ou indiretas, sendo a primeira (e menos frequente) causada por fatores extrínsecos, como uma dividida de bola mais forte, por exemplo. Já a segunda é causa por fatores intrínsecos e ocorre quando os músculos sofrem uma contração excêntrica.
Nota: Uma contração excêntrica é ação muscular em que as fibras são alongadas, em decorrência de uma força externa, e contraem-se ao mesmo tempo para desacelerar o movimento.
Nem todas as lesões são iguais, pois elas variam desde um leve dano muscular até a ruptura completa das fibras musculares. Na prática clínica é utilizado um sistema de três graus:
Independente das distensões ou rupturas, as lesões nos isquiotibiais são mais comuns proximalmente do que distalmente, segundo artigo, o bíceps femoral é o músculo mais frequentemente lesionado e, apesar de não haver um consenso definido, o semimembranoso é o segundo mais lesionado.
Segundo Askling e colaboradores, há dois tipos de lesão agudas. A primeira está relacionada com movimentos de alta velocidade, ou seja, explosivos, envolvendo um maior recrutamento do bíceps femoral.
A segunda está relacionada com o alongamento excessivo dos isquiotibiais em movimentos como o chute no futebol e agrediria mais o músculo semimembranoso.
Os sinais e sintomas podem variar de pessoa pra pessoa, mas poderá ocorrer situações como:
Ermund e Vieira, afirmam que na fase aguda, o hematoma ou a equimose na região posterior da coxa, a dor ao tocar a região dos ísquios e a fraqueza muscular são os sinais clínicos mais encontrados.
E que normalmente o volume do hematoma está correlacionado com a gravidade da lesão, mas sua ausência não pode ser confundida com uma lesão menor, já que esse sinal pode ser tardio mesmo nas lesões mais graves.
Já existem estudos que buscam identificar os fatores de risco para a lesão dos isquiotibiais. E, por mais incrível que possa parecer, as características próprias dos músculos desempenham um importante fator de risco para as lesões.
O desequilíbrio muscular dos isquiotibiais é definido pela diferença de força da musculatura quando comparada contralateralmente ou uma alteração entre a proporção de força dos isquiotibiais com relação ao quadríceps ipsilateral.
O risco de lesão é maior quando o déficit de força entre os isquiotibiais é >10-15% ou a proporção de força entre os isquiotibiais e o quadríceps é <0,6. Entretanto, esses valores podem variar de acordo com cada atleta e esporte. (ERMUND e Vieira, 2017)
Continue a leitura deste artigo para descobrir como você pode saber a relação de força dos isquiotibiais de pacientes.
Antes de encontrar maneiras de tratar uma lesão nos músculos isquiotibiais, é importante entender o que a literatura já têm de estudos a respeito do tempo médio de recuperação de cada tipo de paciente.
Segundo o artigo “Lesões dos isquiotibiais”, os autores afirmam que “após a lesão, corredores têm uma média de 16 semanas para retornar ao esporte sem restrições. […] No futebol profissional, o atleta fica, em média, 14 dias fora das atividades competitivas. Em geral, a lesão dos isquiotibiais é a principal causo do afastamento do esporte”.
Para Barnett e colaboradores, a maioria das lesões dos isquiotibiais representa distensões musculares ou lesões parciais no nível da junção miotendínea que podem ser manejadas de forma conservadora e geralmente têm como resultado a recuperação total.
O tratamento dos isquiotibiais irá variar de acordo com a gravidade e o grau de intensidade da lesão. Na fase inicial o objetivo do tratamento é diminuir o sangramento intramuscular e controlar a resposta inflamatória. Nesta fase usa-se analgézicos, repouso, compressas de gelo e elevação do membro.
Na fase mais aguda, o quadro de dor influencia na avaliação clínica do paciente. Após 48 horas, estima-se que a limitação aguda da dor já diminuiu e o resultado do exame físico possa ser mais relevante tanto para diagnóstico, quanto para prognóstico.
Portanto, segundo Ermund e Vieira, é indicada a avaliação específica dentro de dois dias após a lesão.
Em qualquer dos graus de danos aos músculos, é primordial que o paciente esteja em repouso para que assim as fibras danificadas possam se curar com o auxílio das demais recomendações que o fisioterapeuta passar.
Ao longo da recuperação será necessário a execução de exercícios para o fortalecimento dos isquiotibiais. Um dos exercícios mais recomendados por fisioterapeutas é a Flexão Nórdica. Você pode ver a forma correta de sua execução no vídeo abaixo.
É fácil deduzir que uma lesão muscular, seja ela qual for, traz grandes complicações a quem a sofre, principalmente em atletas. Portanto, a prevenção da lesão de isquiotibiais ainda é melhor do que o processo de tratamento e reabilitação, concorda?
Como dito antes, o risco de uma lesão é maior quando o déficit de força entre os isquiotibiais é >10-15%. Mas você se perguntou: “De que forma eu vou calcular a relação do déficit de força entre os músculos?”
Se você tiver se perguntando isso, eu tenho a resposta: VOCÊ NÃO PRECISARÁ CALCULAR NADA!
Pra que fazer o trabalho chato sendo que um software alinhado a um hardware podem fazer em poucos segundos?
O Dinamômetro E-lastic é capaz de calcular em poucos segundos a relação de força dos músculos isquiotibiais e quadríceps, e informar pelo aplicativo, se há algum déficit de força entre os músculos.
Desta forma, é possível avaliar os pacientes e prevenir que lesões aconteçam. Poupando tempo e desgaste físico do paciente.
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